A doutrina da eleição tem sido motivo de muito debate durante, pelo menos, mil e seiscentos anos aproximadamente, desde que Agostinho e Pelágio protagonizaram a primeira disputa sobre a graça de Deus e a liberdade do homem.
O livro Eleição Condicional busca lançar luz sobre o assunto, e não jogar mais “lenha na fogueira”. Nele – por meio de uma linguagem acessível – busco expor o drama da redenção e seus personagens em cada ato dentro do propósito divino mais amplo.
Antes, porém, procuro no primeiro capítulo desfazer um antigo mal entendido, segundo o qual as palavras eleição e predestinação tem o mesmo significado e devem ser usadas de forma intercambiável.
No capítulo seguinte, apresento ao leitor o principal personagem do drama da salvação: Jesus. Ele é o primeiro eleito e o fundamento da eleição. Nas palavras de Armínio, Deus escolheu seu Filho Jesus como “Mediador, Redentor, Salvador, Sacerdote e Rei que deve destruir o pecado pela sua própria morte, e que deve, pela sua obediência, obter a salvação que se perdeu, devendo comunica-la pela sua própria virtude”.
O terceiro capítulo visa esclarecer o papel de Israel e sua eleição no propósito redentor de Deus para toda a humanidade. A chamada de Abraão tinha como propósito primário “abençoar todas as famílias da terra” (Gn 12.3). Assim, Israel não foi eleito em detrimento das outras nações, mas com o propósito de abençoar todas as nações através do seu Messias vindouro, Jesus Cristo, o eleito.
No capítulo 4 a Igreja é o foco. Deus não apenas escolheu seu Filho para salvar a humanidade e a nação de Israel para trazer o Messias-Salvador ao mundo, mas escolheu também um povo para si, a Igreja. Tal escolha é incondicional, pois não está condicionada a qualquer coisa fora do próprio Deus.
O capítulo 5 apresenta o aspecto individual do drama da salvação. Embora o personagem principal desse drama seja Jesus, outros personagens de apoio foram verificados, como Abraão, quando Deus o chamou para formar a nação de Israel. Os últimos personagens somos nós.
Para ter um povo para si – a Igreja – Deus escolheu seu Filho como cabeça. Todos os que estiverem “em Cristo” fazem parte do Seu corpo, e são “eleitos nele”, conforme Paulo afirma em Efésios 1.4. Estar “em Cristo”, portanto, é condição sine qua non para ser contado entre os eleitos de Deus. Assim, a eleição de indivíduos para formarem o corpo eleito é condicional.
No derradeiro capítulo, analiso algumas passagens comumente usadas pelos teólogos calvinistas em favor da eleição e da reprovação incondicionais. O propósito, é claro, não é combater o calvinismo, mas apresentar a interpretação natural dos textos conforme a teologia arminiana.
Espero que você seja edificado por meio desta obra. Boa leitura!